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Manifestantes lotam ruas, parques e praças em protesto anti-Trump nos EUA

Protestos foram marcados em diversas cidades do país, contra medidas da Casa Branca consideradas autoritárias

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Manifestantes se aglomeraram em ruas, parques e praças dos Estados Unidos no sábado (14) para protestar contra o presidente Donald Trump, enquanto as autoridades pediam calma e mobilizavam as tropas da Guarda Nacional antes de um desfile militar para marcar o 250º aniversário do Exército, que coincide com o aniversário do presidente.

O movimento 50501, que está organizando os protestos, afirma ter escolhido o nome "No Kings" — "sem reis", em português — para apoiar a democracia e se posicionar contra o que chama de ações autoritárias do governo Trump. Já nome 50501 representa 50 estados, 50 protestos, um só movimento.

As manifestações ocorrem na esteira dos protestos que se espalharam pelo país após as batidas de fiscalização da imigração realizadas pelo governo federal na semana passada, além da ordem de Trump para que a Guarda Nacional e os Fuzileiros Navais fossem enviados a Los Angeles, onde manifestantes bloquearam uma rodovia e incendiaram carros.

Os protestos foram planejados em cerca de 2 mil locais em todo o país (leia mais abaixo), de quarteirões e pequenas cidades a degraus de tribunais e parques comunitários, disseram os organizadores. Não há eventos programados em Washington, D.C., onde o desfile militar ocorrerá à noite

Preocupação após ataque

O governador de Minnesota, Tim Walz, usou as mídias sociais para emitir um aviso aos manifestantes enquanto a polícia trabalhava para localizar um suspeito de ter atirado em dois legisladores democratas — uma deputada e o marido morreram no ataque.

O político pediu para que a população não participasse de comícios durante o dia, até a prisão do suspeito.

— Por excesso de cautela, meu Departamento de Segurança Pública está recomendando que as pessoas não participem de nenhum comício político hoje em Minnesota até que o suspeito seja preso — disse.

Protestos em diversas cidades

A manifestação de Atlanta, com capacidade para 5 mil pessoas, rapidamente atingiu seu limite, com milhares de outros manifestantes do lado de fora da barreira para ouvir os oradores em frente ao Capitólio do Estado.

Uma chuva leve e intermitente caiu enquanto os manifestantes que carregavam cartazes se reuniam para a principal manifestação no Love Park, na Filadélfia, e gritavam "nossas ruas!" enquanto marchavam pela Ben Franklin Parkway até o Philadelphia Museum of Art.

Karen Van Trieste, uma enfermeira de 61 anos que veio de carro de Maryland, disse que cresceu na Filadélfia e queria estar com um grande grupo de pessoas demonstrando seu apoio.

— Sinto que precisamos defender nossa democracia — disse ela.

A enfermeira está preocupada com as demissões de funcionários do governo Trump nos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, com o destino das comunidades de imigrantes e com a tentativa do governo Trump de governar por ordem executiva, disse ela.

Em alguns lugares, os organizadores distribuíram pequenas bandeiras americanas, enquanto outros manifestantes trouxeram versões maiores para agitar em meio a cartazes que variavam de mensagens pró-democracia e direitos dos imigrantes a uma variedade de sentimentos anti-Trump.

Em Charlotte, Carolina do Norte, multidões aplaudiram os oradores anti-Trump no First Ward Park da cidade e cantaram "we have no kings" — "não temos reis" — antes de marcharem atrás de uma faixa com a inscrição "No Kings".

Em Los Angeles, as pessoas se reuniram em frente à prefeitura quando começou uma roda de tambores. A cidade da Califórnia é um dos epicentros da onda de protestos em defesa dos imigrantes no país.

Cerca de mil pessoas se reuniram no terreno do antigo Capitólio da Flórida, em Tallahassee. Os organizadores afirmam que uma marcha irá até os portões do resort de Trump em Mar-a-Lago, também na Flórida. O governador republicano Ron DeSantis advertiu os manifestantes que a "linha é muito clara" entre a manifestação pacífica e a violência, e que não devem cruzá-la.

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